sábado, 17 de setembro de 2011

ESPAÇO INVESTIGAÇÃO (5)

UMA VILA ROMANA DE NOME CELTA



“Está situada na foz do Ave junto ao mar. Cond, confluência.”
Jean-Baptiste Bullet (1754)



Legenda:
AS – Alberto Sampaio, As Villas do Norte de Portugal, “Revista de Portugal”, 24, Maio de 1892.
LN/JBB – Leitura Nova/ Jean-Baptiste Bullet, Mémoires sur la Langue Celtique, 1. Besançon: Académie des Sciences, 1754.

NOTA EXPLICATIVA.

Os Romanos colonizadores ouviram os indígenas celtas chamar COND à terra ribeirinha que habitavam. Esse topónimo passa oralmente, de geração em geração, e, entretanto, perde-se a memória daquilo que ele queria dizer. Até que, na Alta Idade Média, o tabelião vai traduzi-lo pela palavra latina que mais se lhe aproxima COMITE. Por causa deste erro, a retroversão já não recupera mais o sinónimo dos velhos tempos castrejos. Doravante, COMITE significa CONDE, ou seja, companheiro do rei, nobre guerreiro, senhor feudal.
VILA DO CONDE guarda pergaminhos fidalgos de haver sido senhorio de reis, duques, condes e abadessas, mas a nenhum deles terá ficado a dever o seu nome.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Património Cultural em Imagem (XXVII)



Na berma da antiga Doca, os moirões não são capricho de pedreiro. Colunas breves como estas, guardaram o Pelourinho que, durante séculos, esteve junto ao rio. E são marcos como estes que, pela margem direita, correm ao longo do cais. Olhamos para eles e ficamos a pensar no significado que transportam, desde as origens (certamente ancestrais). Poderão ser talvez (e apenas) imitação em pedra, de canhões caídos em desuso, após a decadência desse tipo de artilharia (já a partir do século XVII), coisa de moda que pegou por essa Europa fora. Mas caberá sempre esta pergunta: não serão a lembrança que remonta, por dez milénios, ao culto fálico dos tempos do Paleolítico Superior?