domingo, 23 de junho de 2013

Revista da Imprensa Antiga (10)

UMA AVENIDA CENTRAL...

Há muitos anos já que o povo vilacondense, num acordo quasi unânime de opiniões, vem reclamando, como medida de interesse público, indispensável e instante, e, principalmente, como imperioso benefício ao necessário embelezamento da nossa terra, a expropriação ou, talvez melhor, a aquisição pela Câmara de todos os prédios e terreno que constituem o quarteirão delimitado ao Norte pela Igreja Matriz, ao Sul pela Rua Barão do Rio Ave, ao Nascente pela Praça de S.João e ao Poente pela Rua da Igreja...
Concentrai por momentos o vosso espírito e reflecti. Sem um grande esforço de imaginação, podereis ver o que terá de grandioso, de imponente, de singularmente belo a futura Avenida Central de Vila do Conde ! Ajardinai-a, aformoseai-a com arte, concedei-lhe um especial carinho, dai-lhe vida e cor, e tereis ante os vossos olhos, estáticos, um dos mais lindos recreios das terras de Portugal. É que a seu lado, sobranceiro, ergue-se altivamente o nosso mais nobre monumento a Igreja Matriz suprema maravilha de arquitectura manuelina que, uma vez desafogado e liberto, se revela aos nossos olhos, presos de encantamento, em toda a sua pujante e esplendorosa magnificência.
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"O Democratico", de 10 de Março de 1928

Património Cultural em Imagem (XLVII)


Nas últimas décadas do século XIX, a construção de chalets foi a melhor propaganda do bairro balnear que, desde então, crescia com a Rua dos Banhos (1865) ladeada de belas residências, mas também do Colégio Barbosa Gama (1890) e Hotel Avenida (1918).  O palacete do comendador Joaquim Maria de Mello (a famosa Villa Josefina que, depois, seria de Bento d'Aguiar e do Conde de Riba d'Ave, até chegar, em data recente, à posse da Câmara Municipal) é testemunha dessa época que entra no século XX com grande entusiasmo pela afirmação turística da  praia de Vila do Conde. Recorda os tempos de Bento de Freitas, Júlio Graça, Carlos Barbosa, José Menères e outros ilustres que fizeram grande a terra onde nasceram ou adoptaram como terra de seu coração.

domingo, 2 de junho de 2013

Património Cultural em Imagem (XLVI)


Na margem direita do rio Ave, no lugar do Pevido,  a Norte da seca do bacalhau (de que restam vestígios de "mesas volantes"), estão as paredes da "chamada Casa do Risco, por ter sido nela que durante muitos anos se riscaram e fizeram as formas dos navios que saíam outrora do nosso tão falado estaleiro" (Commercio de Villa do Conde, 8 de Dezembro de 1907). E também servia de armazém onde se guardava o fiel amigo "em fresco e depois de seco". Ali encaixa, actualmente, o Centro de Monitorização e  Interpretação Ambiental.